e se fosse possível enxergar em meio ao cinza tecidos esvoaçantes
no ritmo da música
acompanhando o toque do piano
as mãos conduzidas pela leveza do som e do vento
movendo-se em gestos leves
delicados
ignorando o tempo que corre
deixando mais um trem passar
fazendo de conta que não existe medida no espaço
correria
medo
ansiedade
pra só ir embora
ficar
deixar ser
naquele momento que é tudo
que é vento travestido de movimento e de som
que é vida porque pode ser apreciada
___________________________________________
hoje é véspera do meu aniversário de 29 anos, o ano já acabou, mas insisti em demorar vagarosamente em cada último dia. no compasso de seu vagar, apegado a um 2011 intenso, aumenta minha ansiedade, o frio na barriga de quem tenta planejar seus dias em vão, futuro? não, falo apenas do amanhã ilusão, amanhã mistério, surpresa, desafio, incerteza, amanhã presente, é só o que posso desejar esperançosa.
de 25/11/2011
26.11.11
22.11.11
deslocamento
a cada retomada das palavras uma surpresa, procuro papel e caneta como quem procura água na sede, no encontro me deparo com palavras de outros tempos, as vezes de 1 ano, as vezes mais, as vezes menos. esse escrever meio solto em diversos lugares talvez traduza meu jeito de ser tão intensa e tão dispersa, sempre lidando com sentimentos conflitantes, quase sempre distantes da minha realidade.
estava com uma ideia na cabeça sobre como nos parecem as pessoas, como lemos suas personalidades, ações e intenções conforme a situação. se fazemos isso o tempo todo instintivamente, exatamente o oposto tão certo deve acontecer com os outros, lendo e interpretando nossas ações, minhas, através do véu, da atmosfera da situação. qual o problema? nenhum.
assim como venho tentando aprender sobre a impermanência de todas as coisas, mais uma vez me deparo com essa difícil lição, a cada momento com uma aparência e particularidade, mas sempre a mesma, sempre incômoda.
a impermanência das situações, do nosso ser com o outro, hora íntimos, hora estranhos, amigos, rivais, lado à lado, em lados opostos, e não precisa ser assim tão oposto pra já ser diferente, basta estar em outra perspectiva. e o confronto com o desconhecido já começa, tento lembrar de como construí uma relação com essa pessoa, do que fomos um dia, tento resgatar essa história com a esperança de que o novo momento construído, a nova situação em que somos protagonistas, faça sentido. sim, pra mim não é nada fácil mudar, me apego as relações construídas e a cada novo passo no sentido do amanhã me vejo obrigada a desfazer laços e construir outros sentidos, tentando não me perder, tentando ser o que sou mais o que ganhei na troca com o outro que em algum momento esteve tão conectado a mim, sintonizado na mesma vida, na mesma frequência.
e que agora segue seu caminho para outro lado. por que assim é a vida e continuar significa inevitavelmente fazer escolhas, ESCOLHER, certamente meu maior medo é de que ninguém mais escolha o caminho que escolhi, e então terei me esforçado tanto para seguir sozinha.
sabe aquela história de se sentir deslocada e estar sempre do lado ao contrário onde o grupo está. (criar laços deveria ficar mais fácil a medida que o tempo passa?)
culpo sempre o sistema, a correria, a rotina, o tempo que falta enquanto estamos prá lá e prá cá dentro de túneis e de prédios cinzas, mas será que é isso?
será que sigo no sentido do deslocamento assim como o planeta Melancolia em direção à Terra.
são tantas questões o tempo todo e quando me deixo seguir automaticamente na correria das necessidades, de repente, num salto, me deparo com uma cratera, um penhasco, um vazio.
estava com uma ideia na cabeça sobre como nos parecem as pessoas, como lemos suas personalidades, ações e intenções conforme a situação. se fazemos isso o tempo todo instintivamente, exatamente o oposto tão certo deve acontecer com os outros, lendo e interpretando nossas ações, minhas, através do véu, da atmosfera da situação. qual o problema? nenhum.
assim como venho tentando aprender sobre a impermanência de todas as coisas, mais uma vez me deparo com essa difícil lição, a cada momento com uma aparência e particularidade, mas sempre a mesma, sempre incômoda.
a impermanência das situações, do nosso ser com o outro, hora íntimos, hora estranhos, amigos, rivais, lado à lado, em lados opostos, e não precisa ser assim tão oposto pra já ser diferente, basta estar em outra perspectiva. e o confronto com o desconhecido já começa, tento lembrar de como construí uma relação com essa pessoa, do que fomos um dia, tento resgatar essa história com a esperança de que o novo momento construído, a nova situação em que somos protagonistas, faça sentido. sim, pra mim não é nada fácil mudar, me apego as relações construídas e a cada novo passo no sentido do amanhã me vejo obrigada a desfazer laços e construir outros sentidos, tentando não me perder, tentando ser o que sou mais o que ganhei na troca com o outro que em algum momento esteve tão conectado a mim, sintonizado na mesma vida, na mesma frequência.
e que agora segue seu caminho para outro lado. por que assim é a vida e continuar significa inevitavelmente fazer escolhas, ESCOLHER, certamente meu maior medo é de que ninguém mais escolha o caminho que escolhi, e então terei me esforçado tanto para seguir sozinha.
sabe aquela história de se sentir deslocada e estar sempre do lado ao contrário onde o grupo está. (criar laços deveria ficar mais fácil a medida que o tempo passa?)
culpo sempre o sistema, a correria, a rotina, o tempo que falta enquanto estamos prá lá e prá cá dentro de túneis e de prédios cinzas, mas será que é isso?
será que sigo no sentido do deslocamento assim como o planeta Melancolia em direção à Terra.
são tantas questões o tempo todo e quando me deixo seguir automaticamente na correria das necessidades, de repente, num salto, me deparo com uma cratera, um penhasco, um vazio.
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