22.5.12

prazeres de...



desenho: http://o-capuccino.blogspot.com.br/2011/01/blog-post_10.html#comment-form

e do nada as palavras acontecem e a casa está cheia de calor e risada, o amor chega pra ficar do lado, da a volta com o braço e me aconchega no coração.

e assim logo os passos ficam leves, a música impulsiona o corpo adiante, o vento brisa espalha meus cabelos que dançam e acompanham as mãos, mais soltas na imaginação, em cada nota.

o olhar sobe encontrando horizonte e brecha nas nuvens, a cidade recebe a luz do dia. vontade de deixar o cabelo mais  laranja e os lábios rosa choque, achar o tênis velho e a calça jeans surrada, uma camiseta masculina jogada e pronto. está tudo lindo. lindo. só porque tocou a minha música favorita e sabe, eu tenho um encontro marcado, com o amor.

21.5.12

recortes de um calendário

será que esse sentimento nos últimos tempos é alguma conspiração cósmica?

EM MEU MOMENTO DE LOUCURA, DE DEMÊNCIA, DE PERDER AS ESTRIBEIRAS:
CHEGA DE SOLIDÃO!!
(drama pesado, limite ultrapassado, loucura iminente)


http://lounge.obviousmag.org/arxvis/2012/05/marlene-dumas-ver-e-uma-forma-de-pensar.html


as vezes me sinto assim



momentos de um calendário


"É passando por esse processo de maior tranquilidade, paradoxalmente promovida por uma responsabilidade cada vez maior, dada a idade, a formação, a vida em si, e também pelo planeta estar passando por onde está agora é que eu sugiro: tenhamos calma, minhas amigas e meus amigos.


Sempre tem uma palavra que vai abrir em você a fenda temporal para os seus propósitos.

Essa palavra flagra a nossa mente se expandindo. É o seu sinal. Seu salto.

*Rubem Alves conta um aforismo que diz: concha feliz não faz pérola...

Esse negócio de variação é sério, veja:
Divagar e sempre."

"Vou levar a cabo aquela história de criar um novo calendário que será único, com uma nova divisão do tempo ou não-divisão e que terá que ser reescrito até a eternidade rsrsrs, por isso, único sempre, um calendário pessoal, nada de universalismos. Se vocês quiserem participar. Inclusive um calendário que pode ser construído simultaneamente com a vida, chega de tradicionalismo opressor!


Considerando que o nosso calendário ocidental é feito para atender as necessidades da nossa cultura (cultura entendida como conjunto de ideias, comportamentos e práticas sociais artificiais), porém a cultura é generalizada, pois ela é formada por uma série de nichos de culturas complexas, apesar da forte preponderância da cultura ocidental cristã com a qual não estamos muito felizes, há outras crenças e uma... história que não é muito refletida por nós no dia-dia.

Então hoje não ser segunda-feira e o dia não ter 24h será minha pequena rebelião pessoal, criando novos conceitos.

Pensei nisso ser feito em conjunto por termos criado uma nova dinâmica cultural particular."
 
(autora adormecida - juli ribeiro)


desobediência civil e brechas do sistema são cada vez mais inevitáveis e talvez a saída do sufoco desse sistema maluco que impoe coisas absurdas em nome da sobrevivência da economia, mas e a sobrevivência das pessoas, como fica!?


DESOBEDIÊNCIA E BRECHAS DO SISTEMA!!! TAMOS AÍ!


Gente, sério, leiam esse texto, cheio de amor e de dor, um texto desse deveria ser entregue nas mãos de cada político, de cada juíz, de cada policial, de cada cidadão.


Assim como os conceitos e princípios que o embasam, gostaria que o tivéssemos como um guia valioso, para nunca esquecer o que realmente importa nessa vida!!




[...] Quanto a mim, vivo sozinho, inteiramente só. Nunca falo com ninguém; não recebo nada, não dou nada.Faz já muito tempo que ninguém se preocupa com o que faço. Quando se vive sozinho, já nem mesmo se sabe o que é narrar: a verossimilhança desaparece junto com os amigos.Raramente um homem sozinho sente vontade de rir.Incomoda-me estar só. Gostaria de falar com alguém sobre o que está me acontecendo, antes que seja tarde demais, antes que eu comece a assustar os garotinhos.Nunca como hoje tive o sentimento tão forte de ser alguém sem dimensões secretas, limitado a meu corpo, aos pensamentos superficiais que sobem dele como bolhas. Construo minhas lembranças com meu presente. Sou repelido para o presente, abandonado nele. Tento em vão ir ter com o passado: não posso fugir de mim mesmo.Pa...ra que o mais banal dos acontecimentos se torne uma aventura, basta que nos ponhamos a narrá-lo.Quando se vive, nada acontece. Os cenários mudam, as pessoas entram e saem, eis tudo. Nunca há começo. Os dias se sucedem aos dias, sem rima, nem solução: é uma soma monótona e interminável. De quando em quando, chega-se a um total parcial, dizendo: faz três anos que viajo, três anos que estou em Bouville. Também não há fim: nunca deixamos uma mulher, um amigo, uma cidade, de uma só vez. E todos os lugares se parecem: Xangai, Moscou, Argel, ao fim de uma quinzena é tudo igual. Por alguns momentos - raramente - avaliamos a situação, percebemos que nos envolvemos com uma mulher, que nos metemos numa confusão. Por um átimo. Depois disso o desfile recomeça, voltamos a fazer as contas das horas e dos dias. Segunda, terça, quarta. Abril, maio, junho. 1924, 1925, 1926. [...]


Trecho: A Náusea - Sartre

"o livro traz um curioso mapa de Nova York com os lugares onde ela morou e que viraram referências em seus livros, além de traçar um painel das esquisitices da autora, que deixou dezenas de diários --mesmo íntimos, muitos eram dissimulados. "Suas obsessões --amor, objetos, tempo, listas etc.-- se repetiam em todos os aspectos da sua vida e obra", diz Schenkar. "Por causa disso, tive que criar uma forma nova de biografia. Organizei meu livro de acordo com suas obsessões, e não de forma cronológica. Foi a melhor maneira de explorar e de revelar sua arte e sua vida."


"e não. eu não tô brincando... vou começar uma nova campanha "por um mundo menos hostil". pq já tô ficando triste.


[o título é da letra do los hermanos "de onde vem a calma", hehehe]"

20.5.12

realidade

a cada momento me deparo com uma realidade, do passado principalmente, me vejo, revejo, em escolhas, em momentos, em rompantes que me fizeram ser o que sou... me pego querendo esmiuçar detalhes, lembrar dos efeitos que tudo isso teve em mim, mais, no meu filho, me sinto responsável por cada parte da história.

minha, minha, só minha culpa, meu controle sobre a situação falhou, sempre falha, culpa, realidade, falta de controle, falta de amor, de carinho.

até quando pretendo dar conta, até quando me sentirei capaz de controlar a ilusão, a solidão.

é, não vai dar, não mesmo, porque isso não é pra ninguém, não é porque sou eu, não tem nada haver com minhas falhas, sou eu e sou assim mesmo no que deu.

quer saber, ligar o foda-se é mais difícil pra mim, talvez pense assim por estar na minha pele, mas parece verdade absoluta, é difícil demais ligar o foda-se quando isso só é possível da maneira mais drástica e radical e aí é preciso escolher de novo. porra. escolhas são uma merda.

escolhas.

nelas tudo começa, nelas termina tudo, a confusão, o caos, a dificuldade, o que podia ter sido, a culpa, o fim, o não.

um dia eu tive um sonho e era tudo muito simples, as pessoas podiam se encontrar e gostavam de estar juntas, o compromisso umas com as outras era maior que tudo, e por isso tudo fazia sentido, a vida se formava em torno desse sentido e todos podiam se sentir menos sozinhos, todos se sentiam parte de alguma coisa e ficavam mais tranquilos, paravam de buscar em meios artificiais preencher o que só um toque humano é capaz, todos ali acariciavam os cabelos uns dos outros e o toque era tão suave.