26.8.08

chega cheGA CHEGA

to com essa mania agora de desenhar com as letras...
ai cansei, como tudo na minha vida: intensidade, impulso, exagero, calmaria, esquecimento... tudo passa, tudo tem passado, passou.
chega de chororo, chega de lamentações, eu tenho que viver até o dia 24 de setembro e depois desse dia também, não sou de sair jogando fora, não vou jogar minha vida fora.
eu tenho certeza de que vai dar tudo certo simplesmente pq está dando tudo certo.
e é isso, a loucura.
aprender a falar não, voltar quando é necessário, pular se não vale a pena, achar, encontrar os sorrisos, não desistir.
inferno astral, tpm, falta de sorte, tropeçar na rua, pisar em buraco, perder o ônibus, chegar atrasada, espinha estourada, unha quebrada - ISSO NÃO É NADA PARA UMA MULHER, é meus queridos eu sou uma dessas poderosa, com cabelos revoltos, esmalte descascado, gloss de purpurina, quer mais, melhor não exagerar na dose pois sou densa, causo dores de cabeça e fadiga.

21.8.08

e eu estou cheia mais uma vez, estou transbordando, i'm feeling good.
corro por essa montanha russa, sem barras para segurar, meus braços se agitam e meus órgãos esfriam com o vento, o susto, a queda, a subida é de tactactactac, leeeerrrda, lenta, a queda é vfffuuummmmmm...
eu escuto e me preencho, vou jogando nos buracos, preencho com lágrimas, com altos e baixos, um gemido, um tum tum tumtumtum, um freedom, um it's a new day.... e assim se faz meu dentro despedaçado, remendado, colado de pedacinhos.

http://br.youtube.com/watch?v=CJA69C6SlRk

20.8.08

e eu dou voltas sem chegar nem perto, sem chegar, eu dou voltas, em rodas, e cordas, sem volta, eu chego e vou, sem fluxo, sem ritmo, sem cílios, eu dou a volta, estou na roda, na roça, na capota, na bagagem, na viagem, para aqui e para lá, minha língua enrola, minhas curvas são tortas. eu escrevo palavras trocadas, atropeladas, em linhas sem reta, sem ponto e vírgula, sem verso, em rimas patifes de ão, arem, ar, as, a, a, a, esmorecer, apodrecer, sumir não dá, é preciso acabar, acabar logo com tudo, exagerar, transbordar, esvaziar, não estou conseguindo preencher, os rabiscos são finos, tortos e voltam as voltas, cortam as carnes das paredes, rasgam.
o barulho não me deixa pensar, o silêncio me faz sentir, sentir, sentir e repetir as palavras ocas, poucas, muitas sem risco, sem riso, parapapapa, rara, haha, chegaaaAAAAAAAAAAAAA
Eu não estou triste, acho que é desânimo, não, não deu dessa vez, não, não, não, não é talvez. É não e é ponto. Para que remoer o que não tem mais jeito, se estava escrito ou não, remoer é torturar, forçar mais uma vez o choro que foi difícil conter da primeira vez. Não é desistir, é desânimo, é fraqueza, porque eu sou fraca, eu choro e meus olhos vivem vermelhos, eu não sou forte e sigo em frente, do jeito que der, com a ajuda que vier, eu não sou orgulhosa, pode humilhar e pisar, sou desesperada sim, porque foi assim que eu cresci, eu eu eu, sou individualista, introspectiva e nada faz sentido, nada nesse exato momento faz sentido, o porque de eu estar aqui, como e quando, não faz sentido e o medo toma conta do que não está preenchido.

15.8.08

eu não decidi ainda.
tive uma longa conversa ontem, fui dormir 3 horas da madrugada, ideias, medos, divagações, hj vi uma roda de discussão sobre literatura, meios de divulgação, escritores, blog, eles eram todos tão seguros de si com suas vozes amplificadas, claro cheio de neuroses, mas com vozes fortes e atropelantes, ainda não cheguei à conclusões.
a verdade é que me sinto totalmente à margem desse universo e com o blog me sinto forjando uma inserção, não sei bem se é isso que eu quero, nem se é o caminho que vai dar, mas o medo faz parte de mim, é forte, por isso penso tanto e tanto e obsessivamente penso.
a importância das palavras ainda é tira teima em foco nesse momento, queria não ter restrições, queria muitas coisas que não me alcançam e vão longe.
pensar em escrever é abstrato, distante, impossível e mesmo a vontade latente parece perdida.
a marginalização se dá por diversas formas, assim como o sentimento de auto-piedade.
a falta de determinação cria ciclos infinitos e incompletos, impulsos em vão.
o não me conhecer e a falta de consistência do fluxo dos meus pensamentos causam o vazio e o desprezo, a falta do que não descobri.
hoje é dia 15 de agosto de 2008 e essa é a foto que consegui tirar.
distorcida, de uma paisagem colorida, sem foco, sem personagem.
e por hoje basta.

14.8.08

hoje tenho minha segunda aula de yoga, yÔÔÔga, a primeira foi meio bagunçada, muita gente querendo entrar que não tinha sido sorteado, pegar as vagas de desistência, mas foi boa, teve uns exercícios em dupla (não gosto, falando a verdade, meu instinto é me fechar cada vez mais no meu mundinho, só encostar em quem eu quero, falar só o que tenho vontade, para alguns infinitamente, para outros umas três palavras) mas não foi tão terrível assim, foi bom, verdade, a mocinha quase quebrou meus ombros, mas tudo bem, acho que estava precisando, acho que ela sentiu que meus ombrinhos estavam caídos de tanto querer carregar o mundo nas costas, precisavam de uma revigorada bruta.
procrastinação é pecado?
existe ócio criativo?
salvação?
estou perdida no funcionalismo público desinteressante, no pessimismo, na inércia.
ponto, não vou reclamar, tenho tempo para ler o que eu quiser, posso adiar meus trabalhos até o último minuto (pq aliás só funciono bem mesmo com prazo apertado), posso saber sobre tudo e sobre nada dos universos paralelos, posso escrever.
o problema é quando passo um dia inteiro quase todo em paz e quando estou no meio de alguma descoberta interessantíssima, numa vontade louca de escrever, um bum, e tenho que parar e dar olhadinhas simpáticas para pessoas que não me interessam em nada e que resolvem contar causos de suas vidas, suas desgraças e suas piadas sem graça, eu sou chata, tenho quase um dia inteiro pra mim, não custa aguentar, puxa mas como é difícil, as minhas olhadas vão ficando a cada palavra mais secas e vazias, numa vontade de NÃO ME INTERESSA, PARECE EM ALGUMA EXPRESSÃO DO MEU ROSTO QUE ESTOU INTERESSADA NA SUA VIDA, EU NÃO CLIQUEI O BOTÃO PARA ENTRAR, MEU OUVIDO NÃO É PINICO, VC TEM PROBLEMA AUDITIVO, PRECISA FALAR TÃO ALTO, TANTO ESFORÇO ASSIM PARA AGUENTAR UMA VOZ TÃO ALTA E INSUPORTÁVEL ME DEIXA COM DOR DE CABEÇA, INFÂMIA, DESATINO, VOU EMBORA.
clarice
encontrei você
queria muito te ver
saber mais de suas coisas
das suas palavras
saudades
vontade!!!

12.8.08

não, ela não quer escrever sobre drogas e álcool e sexo, ela não conhece essas coisas, só ler em livros e olhos vidrados em telas de cinema não permitem a sensação, inventar, ela não seria capaz, se encontra no mesmo dilema dos escritores cdfs que não tem vida pra contar, tem medo de se entregar a esbórnia e choram quando estão cada vez mais próximos da decadência, ela não tem fome, se enche de pão todas as manhãs, não ela não enfia os dedos na goela e nem vomita todos os dias, contar para quem, para que?, não existe razão para ler uma linha do que passa por sua cabeça, ela não é interessante, é mais uma de mais alguns de outros tantos, gemendo, sufocando, falando para o nada, para o mal, coisa do diabo, poder, poder falso, desilusão, achar que pode tudo, qualquer coisa, isso é um grão de areia, nem isso, é um pozinho insignificante, pergunte ao pó, pq lá estão as respostas, lá está tudo e tudo é insignificantemente desastroso. palavras jogadas, perdidas, em vão, o mundo não tem olhos para isso e pq teria? isso não enche barriga nem esclarece confusão alguma. na verdade a distância é extremamente recomendável, perturba esse negócio, ela é descomprometida com seus putrefatos, com suas putas, está preocupada demais com tudo que há de mais pudico nesse mundo, graça, tem graça essa menina, é de dar dó.


coitado é filho de rato que nasce pelado, dó, peninha é coisa de quem está triste, deprimido. eu tenho pena de quem chora de quem chora eu tenho dó, eu tenho pena de quem chora quando o choro é chororó.
"Melhor ajoelhar, pois a pontada aguda nos joelhos era uma distração da terrível quietude. Uma prece. Certo, uma prece: por motivos sentimentais. Deus todo poderoso, lamento ser agora um ateu, mas o senhor leu Nietzsche? Ah, que livro! Deus todo poderoso, vou jogar limpo nesta questão: vou lhe fazer uma proposta: faça de mim um grande escritor e eu voltarei à igreja. E lhe peço, caro Deus, mais um favor: faça minha mãe feliz. Não me importo com o velho; ele tem seu vinho e sua saúde, mas minha mãe se preocupa tanto. Amém."
(ask the dust, john fante, p. 21, tradução roberto mugiatti)

"Deitado em minha cama, pensei sobre eles, observei as bolhas de luz vermelha do Saint Paul Hotel saltarem para dentro e para fora do meu quarto e me senti miserável, pois esta noite agi como eles. Smith, Parker e Jones, eu nunca fora um deles. Ah, Camilla! Quando eu era garoto, lá no Colorado, eram Smith, Parker e Jones que me magoavam com seus nomes horrendos, chamavam-me de carcamano e sebento, e seus filhos me magoavam, assim como eu a magoei esta noite. Magoavam-me tanto que eu jamais poderia me tornar um deles, empuram-me para os livros, empuram-me para dentro de mim mesmo, empurraram-me para fugir daquela cidadezinha do Colorado e às vezes, Camilla, quando vejo seus rostos, eu sinto a mágoa de novo, a velha dor, e às vezes fico feliz por eles estarem aqui, morrendo ao sol, desenraizados, enganados por sua insensibilidade, os mesmos rostos, as mesmas bocas duras e secas, rostos da minha cidade natal, preenchendo o vazio de suas vidas debaixo de um sol abrasador."
(ask the dust, john fante, p. 48/49 tradução Roberto mugiatti)

consegui fazer minha lição de casa

Uma lembrança puxa outra

Hoje a minha cabeça está uma bagunça, não estou encontrando nada, procurei minhas lembranças e minhas vontades, mas a ansiedade não me deixa pensar, quero lembrar dos meus sorrisos e dos chuviscos na janela alta para um horizonte verde e de terra.
Gosto muito de horizontes, acho que é porque moro em São Paulo e geralmente damos mais valor ao que não temos à mão, gosto de estrelas e do cheiro de terra molhada. Quando era criança e estava na chácara perdida do meu pai, ficávamos fechados dentro de casa quando chovia, lá a chuva parece bater mais forte no telhado, o cheiro da terra úmida já entrava pelas frestas das paredes e portas, o ar embriagado pela chuva, quente e cheiroso.
Aquela chuva era boa, boa demais, a água que escorria pelo telhado, corria pelas calhas e numa geringonça de tubos e improvisos enchia a caixa d’água, passava por um filtro esquisito, único, que fizemos juntos, lição de casa da quinta série, um filtro de pedregulhos e pedrinhas. Nessa caixa tinha uma torneira embaixo, nos dias quentes, baldes até a boca para brincadeiras com água e banho gelado de canequinha.
Aos poucos as lembranças vão tomando formas mais e mais consistentes, cada coisinha puxa outra e vou pegando tudo para mim, mais uma vez. As formigas enfileiradas com suas folhinhas, todas fugindo entre os tijolos ainda secos, em noite de chuva os grilos se aquietam e numa canção de ninar perfeita, a chuva se transforma em garoa suave para embalar nossos sonos. Os sonhos nessas noites são amarelados pelas luzes das velas e quentes pelas colchas fofas. Na beirada da cama um baú de bonecas com seus cabelos emaranhados para pentear.
Os brinquedos, as caras das bonecas, as roupinhas, eram sujas de terra seca, porque já tinham explorado cada canto daquele terreno, em trilhas e fantasias de crianças, eu e minha irmã, esse era o quintal da nossa casa lá de São Paulo, só assim tão longe para poder ser tão verde, tão secreto, cheio de brincadeiras e bichos.

11.8.08

eu tenho que fazer uma crônica, diário ou carta para o curso do trab tenho que fazer uma ata tbm, mas issso, ai meu santinho, nem quero pensar pq é tão chatinho!!! mas eu preciso fazer, tenho prazo para entregar e tudo, tem coisa que não quer sair de mim, não quer pq está contrariada ou pq não existe, não sei, mas assim fica difícil...
engraçado como algumas vozes soam na minha cabeça como a da lory lambi!?
chuva, lazer, me interessa mais a bagunça, hummm, bagunça, chuva, enchente, chuvisco, chuvinha, de onde veio a bagunça, por onde começa, não termina.
essa semana vai ser longa, ainda bem que tem a yoga, primeira aula amanhã, alguma coisa para distrair, o equilíbrio não vai ser possível essa semana, tpm se aproximando, ansiedade crônica, falta de ar latente, esperança iminente, pensar positivo menina, lembra, pensar positivo, pensa que se materializa, pés na areia, tarde ensolarada, de um lado o rio do outro o mar, areia branca, sementes de hamburguer, um pé na beira do mar, um pé na beira do rio, águadoce pra sonhar e salgada pra lavar tudo. lavar o ano que não está nem no meio e nem no fim.
isso tudo é bobagem, se o destino está escrito e o acaso não existe, acreditar em coincidências é para ingênuos ou para os que não querem enxergar, sua sorte está lançada desde o primeiro dia, e seu caminho foi vc quem fez, eu, eu que fiz, sim, fui eu, e eu fiz tudo que eu pude, por caminhos entrecortados, estreitos e complicados, caminhos nem sempre assim tão bem formados, com uma névoa espessa, e no caminho tinha uma pedra, no caminho tinham milhões de pedras, e flores, borboletas, anjos, sorrisos, carinho, tinha medo, solidão, amor e tudo que um caminho digno de memórias tem que ter.
pq a vida é assim, e hoje eu vou ter que segurar a ânsia, e vou ter esperar os dias e as noites passarem, e os minutos e as horas, pq segunda eu vou saber, como vai ser uma parte importante da minha vida, da vida do meu filho, uma parte importante de mim vai se definir, pq boa parte do que eu fiz foi pra chegar nessa segunda e essa segunda tem muita importância pra mim, e eu vou parando pq tanta expectativa começa a ficar perigoso.

8.8.08

e hoje estou aqui no trabalho, ontem fiquei em casa e foi ótimo, dormi umas 11 horas, queria ter dormido mais, mas nem me acabar de dormir não consigo mais, meu corpo já se acostumou com a correria, em pular da cama sem dramas, lembro de tempos que todos os dias quando feria meu sono, minha patologia, acordando de madrugada, 6 horas da manhã é madrugada, não dá nem pra saber se vai fazer frio ou calor, todos os dias analisava como tinha parado ali e se era mesmo preciso, se faz sentido, não faz, mas hoje não questiono mais, então hoje estou aqui, mesmo estando aqui consegui ler umas 60 páginas de john fante e estou aqui tentando escrever... é vender a alma é assim, não se pode dar tempo para o que vem da alma, das entranhas, é preciso deixar de lado, pra depois, pra quando eu já tiver, uma casa, um carro, um filho formado, uma tv, uma geladeira, uma piscina, uma aposentadoria, nunca, nunca, nunca que vou deixar pra depois, vou ser manobrista de estacionamento nas madrugadas, a melhor, garçonete de muquifo, eu vou espreitando a vida, a minha e a dos outros, guardando com carinho as memórias, mesmo que amareladas e cobertas de pó, tudo vem e vai para o mesmo lugar e eu não me dou conta.
copiei uns pedaços pra colocar aqui, palavras dos que viveram da verdade, tbm venderam a alma e seu tempo, mas sobreviveram imortais, eles existem, não desista.

6.8.08

não to com vontade de nada, queria escrever sobre o meu fds poderoso chefão, meu banho escutando blondie, meu free lunch by mox-caiuxo, etc, etc.
não to com vontade de nada, to estragadinha, to chapada de remédio, minha cabeça tá noutro lugar, não to inconformada pq to paralisada, perplexa, desiludida, eu quero ir embora, quero ir pra pasárgada, não quero mais voltar, lá não tem lugar pra mim e não tem ar suficiente, deve ser por isso que sempre tive asma, eu quero respirar, to quase sufocando, to exagerando, drama, é um drama sem fim e eu quero sumir.