21.7.15

vontade não obedece




vontade não obedece, segue e leva
dando a volta tão certeira
pra te encontrar

a mão logo
querendo tocar
o rosto, a nuca

palavra roda
vontade encosta
desencontro acorda
sonho com gosto de noite fresca

boca feita de vontade
de sede, de água
de gentileza

gosto da textura na ponta dos dedos
na borda dos lábios

sensação de esquecer
tudo mais em volta
e mergulhar na pele

pra perder
pudores, medos
rir dos tropeços

caindo mais um pouco
na conversa suave, discreta
da voz, da pele e dos pelos

de desacordar tantas vezes
sentindo
e perdendo também os sentidos
soltos todos
por aí


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