o tempo não vale nada, ele corre e dispara como bala perdida, não olha e mata.
um pé e outro, pedra, pedregulho, ladeira, inclina o corpo pra não cair, o ritmo é o do passo, não tem relógio de ponto, não tem obrigação e pressa.
olha, olha, olha mais um pouco, insiste em ficar ali por esse tempo expandido de céu, sol, nuvem.
eu vim desse concreto todo e ele contorna toda a vida que escolhi, e me mata um pouco todo dia.
teimosia, isso de voltar e retornar àquele eu cindido, fragmentado, entrecortado, ainda vai parar o sangue das veias, sufocar o ar que entra e sai pesado.
sou uma jovem velha rabugenta e sem paciência com o tempo, com a cidade.