31.7.13

A artista está presente




numa conversa com a Ju entendi porque gostei tanto desse documentário... ele fala sobre consistência, a consistência do trabalho de uma vida e da presença de uma mulher no momento presente. 

é possível sentir em cada olhar a força da consistência da artista. sentir a força de toda a construção e desconstrução de conceitos, significados, crenças e simbologias, expressadas com realismo bruto e presença impressionantes, por um corpo que é instrumento, tanto quanto palavra, tinta, pedra ou papel.

um recurso de carne, sangue e espírito.

sentar numa cadeira em silêncio, olhar nos olhos e estar presente na companhia do outro, certamente serão experiências completamente diferentes depois desse mergulho.






27.7.13

família


depois de tanto frio o arco-íris

noite passada eu deitei e dormi, simples assim, muito aquecida com todas as mantinhas e todo carinho da Tabita Said, também, depois de uma sopa deliciosa e um banho quente, só podia ser assim.

mas sabe qual foi a melhor sensação? a de estar protegida, totalmente acolhida, e não to falando só de mim, to falando do meu bem maior na vida... do meu filho.

ele brincou e logo se sentiu muito a vontade, graças a recepção tão querida de todos, e olha que o Caio costuma ficar bem tímido e fechado na maioria dos lugares que não está acostumado... acho que nem deu tempo dele lembrar disso e já se sentiu em casa.

o Heitor está lindo, um menino muito legal, conversador e cheio de opinião, já está puxando o jeito da Tabita! fiquei encantada mesmo!

é bom demais poder deitar sem preocupação alguma de vez em quando, sentindo que uma família em volta está te protegendo e cuidando de tudo. sei o quanto preciso ser forte pra representar isso para o Caio, mas estava com saudades de me sentir como a criança que é colocada pra dormir. rs

além disso, vimos uma gravação da hora da banda de rock do Péricles, com a Tabita linda no teclado, umas letras muito bonitas e fortes, e uma baterista impressionante. o Caio agora quer aprender bateria :)

nesse caminho em que tenho sentido mais vezes o bom gosto da maturidade é quando enxergo o valor dos pequenos e maiores prazeres da vida, esses momentos foram um presente valioso e só posso agradecer por essas surpresas da vida e de pessoas tão queridas!


26.7.13

não agora





as vezes te odeio por quase um segundo
depois te amo mais
não sinto que posso ou devo te ligar

não quero te prender
e perco consciente de que é o certo a fazer

quase sinto as outras partes em você que nunca estão comigo
e não te deixam ficar
você as ama e está certo em ir atrás

eu que inventei esse amor
não precisa se preocupar 

mas penso
penso em tantas coisas
e em você

não quero mais verdades
queria não saber de nada
quero as mentiras vindas do coração

esse jeito que aprendi a sentir não me deixa solta
tenho que escolher esse vazio pra não me perder

as cores e as coisas são todas lindas
mas não são pra mim

não agora

 


16.7.13

escafandristas





ouvir as crianças brincando no quarto, as risadas.
a casa cheia.
sentir que está quase tudo no lugar, que muito espaço foi aberto, gavetas esvaziadas...
meu quarto enfim é outro.

o vestido de pregas e bolinhas perolado ganhou nova casa... estava na hora.
ficou uma camisa xadrez, essa já era minha há bastante tempo.

hoje usei uns brincos azul-turquesa,
balançavam com o vento, enroscando nos cabelos, roçando na nuca.
encontrei na bagunça das coisas pequenas, reuni todas numa caixa com forro de veludo.

algumas confusões são inevitáveis, procuro não me afobar.
parece que a mistura do beijo com as palavras ansiosas, mais amorosas, fizeram claros os dias seguintes.

os percursos foram tranquilos, cantarolei Cartola na voz do Ney.
ele canta tão sentido, que fica um alívio.

esse olhar para o mundo com o véu da paixão,
pelo amor, pela vida,
tão submerso. 

é vício antigo, perigo, fascínio.

como assovio, mais que arrebol.


13.7.13

o que se quer

enquanto os rascunhos continuam impublicáveis, recorro a minha trilha sonora.

linda linda...





11.7.13

vivre sa vie












acabei de assistir viver a vida e é realmente um filme sobre uma mulher, sobre toda a vida numa mulher... que é tirada com frieza como se fosse uma coisa para ser possuída e passada adiante, e ela era tão especial sim, tinha essa certeza, e nenhum dos homens teve a capacidade de enxergar, assim como todo o mundo em volta dificilmente enxerga o quão simples e tão poderosamente especial pode ser uma mulher.

Nana ama tanto a vida a todo momento, em cada silêncio e em cada palavra, e isso é o mais belo, encantador e doloroso no filme, as pessoas em volta não chegam nem perto de entender. 


a emoção a acompanha em todo o filme de um jeito absolutamente simples e verdadeiro, quando ela olha para a câmera é como se revelasse sua essência completa em segundos, incrivelmente sensível, absurdamente lindo e triste.


e no final o amor romântico não a salva. 


Gadard é realmente um gênio. 


10.7.13

daquele instante em diante: Itamar Assumpção

que coisa mais linda, arte bruta, sem concessões.
escola Itamar Assunpção pra vida, que isso é vida, é estar em cada momento.

poeta, performer, a arte em pessoa e essência, gente finíssima: inquietação.
maldito é o caramba... é de arrebatar mesmo. uma cacetada no coração de virar do avesso.