25.12.11

incerteza

a incerteza da beleza
e o medo que come a carne
os ossos quase aparecendo e o sangue escorre
pinga
pinta de vermelho o chão
esmaga o coração
na rima tola
boba
dócil e besta noite
sem começo e sem fim
antes do amanhã agitado
do presente inadequado
do deslocamento que se confirma
a cada passo
a cada alto
os sonhos trazem amigos do passado
amigos cúmplices
amigos deixados de lado
o deslocar também é deixar o outro ir
viver diferente
realidade nítida
de longe mais interessante
mais alegre
será?
e por que não
e o sonho de menina vai ficando pra trás
a caixa rosa
o quebra-cabeça montado
todas as peças num mesmo lugar
protegidas
me protegendo

da solidão