20.8.08

e eu dou voltas sem chegar nem perto, sem chegar, eu dou voltas, em rodas, e cordas, sem volta, eu chego e vou, sem fluxo, sem ritmo, sem cílios, eu dou a volta, estou na roda, na roça, na capota, na bagagem, na viagem, para aqui e para lá, minha língua enrola, minhas curvas são tortas. eu escrevo palavras trocadas, atropeladas, em linhas sem reta, sem ponto e vírgula, sem verso, em rimas patifes de ão, arem, ar, as, a, a, a, esmorecer, apodrecer, sumir não dá, é preciso acabar, acabar logo com tudo, exagerar, transbordar, esvaziar, não estou conseguindo preencher, os rabiscos são finos, tortos e voltam as voltas, cortam as carnes das paredes, rasgam.
o barulho não me deixa pensar, o silêncio me faz sentir, sentir, sentir e repetir as palavras ocas, poucas, muitas sem risco, sem riso, parapapapa, rara, haha, chegaaaAAAAAAAAAAAAA