chega a hora de arrumar a casa
não existe mais espaço ou desculpa pra adiar
é preciso seguir
encarar cada gaveta entulhada
todas ou uma de cada vez
não importa, a dor é a mesma
lavar os olhos e sentir o peito desamarrando
algumas gavetas não queria abrir
ainda não sei se posso
resisto em jogá-las fora numa ilusão idiota
de que algum dia algo ali será necessário
mas pesa, como pesa
juro, não sei lidar com o passado
minhas ferramentas de autoanálise se esgotaram
recorri a toda ajuda improvisada que era possível
me apeguei a toda forma de amor
e a cada instante
não pude ignorar a lição mais difícil
a do desamparo
desamor
desapego
tento ainda assegurar alguma firmeza
das certezas desisti
ficar menos vulnerável a essas relações que passam por mim
líquidas
afinal não aprendi a ser livre
e o medo toma conta de mim
a impermanência chega mascarada de solidão
os compromissos distraem a respiração
seguir enfim é: parar
respirar
enxergar
escutar
contemplar
estar aqui, em mim
oi Yuna, aqui é o Lucas que estavamos conversando pelo facebook. vc deletou teu perfil? me manda um email então pra continuarmos conversando? é lucasromanholli@gmail.com
ResponderExcluirtava gostando muito da nossa conversa!
beijos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão, arranjar quem nos carregue as feridas dá uma trabalheira. Parece simples, mas a simplicidade na partilha do coração e das suas nódoas negras é uma mentira que desde sempre nos contamos, que desde sempre contamos essencialmente a nós mesmos. Mas esquece isto que te digo, acredita sempre na facilidade dos ombros que se encostam e juntos sangram...
ResponderExcluircheguei a pensar que estava disposta a encarar a verdade Maria, que estava até mesmo de luto, de luto pelo amor romântico, mas sempre acaba voltando... parece que isso foi entranhado de tal maneira, como num labirinto, a cada esquina corro o risco de me deparar com tudo de novo.
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