15.6.15

dia a dia

{da semana passada}

piscamos e o dia a dia passa
se passam manhãs e finais de tarde
poucas palavras trocadas, nenhuma verdade
tentativas vazias
e já desisti tantas vezes
mas sempre tem uma manhã mais gelada
em que a frieza das relações dói mais

esse mundo cheio de pessoas tão vivas está morto
e está nos matando
aos poucos esquecemos dos pontos que tínhamos em comum
das risadas que nos salvaram tantas vezes
do olhar vivo e carinhoso
dos desencontros cheios de vontade de existir

de pertencer
de ser

na falta de perspectiva de mudança
o instinto me empurra
ora pra palavras desajeitadas
ora pra uma vontade feroz de fugir
sumir

estar em qualquer lugar
em todos os outros
porque machuca demais
ficar aqui



*desnecessário

[quase toda poesia esbarra no amor, essa é sobre o amor que coube nas pequenas brechas das relações fraternais, que esperávamos salvar da frieza.
é sobre a perda das nossas relações irresolutas...
e tentar ter paciência pra acreditar, que os motivos não poderão ser negados, as causas vão falar mais alto, e mais uma vez vamos nos deparar com escolhas.]


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