27.1.16

das impressões vagarosas que sempre ficam






penso nos últimos dias
nas poesias

em toda sensação que me toma

na respiração da tua boca
na madeira fosca
nos seus braços apoiando meus joelhos
no encontro de qualquer desajeitado movimento
no beijo
no quase tocar das bocas, lábios e anseios
que se ligam na fragilidade do ar, indo e vindo

fecho os olhos puxando
as impressões vagarosas que sempre ficam

do suor
da saliva
da pele

que marcam o corpo
que tocam os seios
que escapam de toda palavra
de todo sentido

arrepio
tremor
abrigo

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