15.10.11

na natureza selvagem

6 e pouco da manhã e não consigo mais dormir, a noite assisti ao filme Into the Wild, lindo demais, mesmo tão diferente, vivendo essa vida criada pela ilusão do homem moderno na cidade, me identifico tanto com a personagem principal, Christopher McCandless ou Alexander Supertramp.


Ele não acredita nessa vida e necessidades criadas e impostas pelo Sistema em que vivemos, e, ele teve a coragem para ir embora, sair, mudar, seguir outros caminhos e buscar por uma verdade, ele escolheu seguir e buscar a natureza, a natureza\selvagem.


Concordo tanto com ele, mas tanto mesmo, que fica mais difícil seguir esse caminho que caiu sobre minha cabeça, que muitas vezes não é o que quero, mas que é meu, na maior cidade metropolitana do Brasil.


É triste o final da história, dói demais ver que ele terminou encurralado na escolha extremista que fez, talvez ele precisasse fazer esse caminho de um extremo a outro, talvez ele tenha ele tenha vivido tão intensamente uma verdade, que arrependimentos e sentimentos de piedade não servem de nada, por acreditar nisso, não é esse meu foco.


A lição que pego pra mim e que já faz parte da minha enorme dúvida é de que não existe apenas uma maneira de viver, ter sempre vivido em São Paulo, ter essa cidade caótica e ao mesmo tão rica como herança, não significa que não posso fazer outra escolha, ou ao menos experimentar outros caminhos.


Numa parte do filme ele conclui que a felicidade só é real se compartilhada. Num livro que lê , e que reforça sua decisão de ir embora do isolamento total, é dito que uma vida agradável e que pode proporcionar alguma felicidade pode ser muito simples, talvez precise ser muito simples, afastada da turbulência das grandes cidades, com alguma natureza e tranquilidade em volta, pessoas que trabalham pelo seu sustento e de sua família, e não estão acostumadas a serem servidas, fáceis de serem amadas, admiradas, de ser bom ao lado delas, uma companhia sincera, um trabalho que faça sentido, que tenha utilidade ao alcance dos olhos, das pessoas.


Idealismo? Outra ilusão? As vezes acredito tanto nisso que sinto o impulso de enfiar umas poucas coisas numa mala e ir embora. Penso que posso trabalhar em qualquer coisa, em qualquer lugar, não tenho aspirações como uma "carreira de sucesso" e ter coisas, coisas e mais coisas.


Não estou amarrada, por que me sinto presa?


De certa forma tenho esperado por muito tempo formar a "família" que enfiei na minha cabeça  que preciso. Preciso? Que família é essa afinal? Será que ela já não existe esse tempo todo e não me dou conta por estar presa a moldes e formatos que podem não servir para mim, não fazer sentido para mim.


A cada dia tenho mais dúvidas, ainda mais quando me sinto tão sozinha e perdida.


Sinto dentro de mim que sou capaz de mudar, de parar de ter medo, sei que tenho uma força enorme dentro do meu peito, em minhas mãos, sei fazer tantas coisas , aprendo tantas outras a cada dia. Parece tão lógico e tão possível não ter mais medo.


de 08/10/11

Um comentário:

  1. É frustrante insistir em modelos de pensamento ultrapassados. Não para "eles", para o mundo, pro Raimundo; para nós. ultrapassados para nós. Daí que quando vem o molde "perfeito", por mais que tenhamos a peça oposta, podemos não nos encaixar. Eu não me encaixei. E agora só a intuição me leva. Ela é minha senhora, embora eu ainda ande meio rebelde em descolar do molde...

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