23.4.14

metafísica


la vie d'adele


quando me deparo com esse vazio sinto uma mistura de tristeza e liberdade, a tristeza manifesta numa melancolia quase gostosa, justificando as ações inconsequentes, as músicas e poesias tristes tão lindas, e a liberdade, ah a liberdade...

a liberdade e o vazio, e a possibilidade de ser qualquer coisa, tudo e nada, mulher, homem, bicho, desejo, de sentir o frio e o calor, se atirando na água gelada e correndo com o vento frio cortando o rosto.

liberdade para rodar e rodar ouvindo a mesma música e seguindo obstinadamente o mesmo sonho, o desejo por significados, por sentidos, por sentir... e sentir o sangue pulsando nas veias no ritmo das batidas de uma bateria confusa, agitada, animada, cheia de alma e confusão.

e depois de todo esse tempo ainda sabemos que a vida passa, corre, e corremos, e dançamos, e bebemos, ouvimos e gritamos, querendo ser enxergados, queremos existir e comprovar que alguma coisa dessa metafísica toda vale a pena.


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