8.7.11

Minhas tardes com Margueritte

França (2010) – 81 minutos.
Gênero: Drama
Direção: Jean Becker
Elenco: Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus, Maurane, Patrick Bouchitey, Jean-François Stévenin, François-Xavier Demaison, Claire Maurier, Sophie Guillemin

Não tinha visto o trailer, não tinha nenhuma informação sobre o filme e não tinha sentido vontade de ver o filme antes, foi uma surpresa maravilhosa!!

Começando pelo caminho quando a Natália começou a contar o trailer e como ela ficou sabendo do filme do jeito mais engraçado... e depois quando ficamos paradas uns 20 minutos na frente dos posters dos filmes pra resolver o que agente ia assistir, eu, a Natália e a Juli, "tá dois filmes são franceses e com o Gérard Depardieu", "Meia noite em paris a Natália já viu e vamos entrar com o filme já quase começando", Juli "acho que eu não consigo entrar no cinema com o filme já começando", Natália " se formos no das 19h50 vai dar tempo de comer", Juli "Esse filme francês é desses que a trilha sonora inteira é um cara tocando um piano ou algo assim tananananã o filme inteiro?",  Natália "o poster do filme do RH parece cópia da Miss Sunshine", resolvido "Minhas tardes com Margueritte".

O filme praticamente não tem trilha sonora (ufa!) é feito de diálogos e de flash backs na vida de Germain, nos flash backs a mãe do Germain parece a Amy Winehouse e numa das poucas demonstrações de amor ao filho, e numa das melhores cenas do filme, quando o namorado da mãe bate nela e em seu filho, ela fura a perna do homem com um garfo gigante, desses de pegar feno em fazendas, com uma raiva, e o expulsa de casa.

O que mais gostei no filme é a delicadeza que perpassa em todas as cenas, na atmosfera do lugar que as personagens vivem e nas relações, todos de alguma forma tem uma relação de cuidado, e mesmo não sendo dito, de amor.

O que faz esse amor sutil ficar mais evidente é o encontro com Margueritte, uma senhorinha elegante, em seus 95 anos, com um olhar de pura doçura e uma disposição enorme para amar, viver e compartilhar enquanto puder. Do jeito mais doce que se pode existir ela mostra para Germain a inteligência e grandeza que ele não consegue enxergar em si mesmo, e através do olhar dela todos os outros começam também a perceber que o homem tão grande de tamanho e força, é grande também de coração, e na capacidade de percepção e compreensão da vida. Quando ele começa a ouvir as leituras de Margueritte encontra as palavras para nomear as coisas que sempre estiveram confusas em seus pensamentos e emoções... esses sentimentos começam a ficar claros, ganham sentido em sua vida.

Descobre que é amado e que pode retribuir, que pode ter uma família, que pode amar Anette e Margueritte, intensamente, um amor hora fraterno, hora passional. Descobre que pode ser ele mesmo até com seus amigos, que estranham suas mudanças, dão risadas de seus foras, mas o querem sempre por perto.

E por fim descobre que foi amado e cuidado por sua mãe também, até por ela, "no final acabamos todos uivando/chorando no túmulo de nossas mães"*.

* ainda vou encontrar a frase exata ou transcrever do filme, assim solta ela pode parecer simples, mas numa outra cena perfeita em que Germain cita a frase para seus amigos na hora do almoço em uma obra, ela faz tanto sentido, que sentimos o poder real que as palavras podem ter.

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