22.7.10

balanço

A Aninha, uma pessoa muito especial e querida, escreveu outro dia um post sobre a crise dos 30, estava pensando hoje no caminho para a USP nas minhas crises dos últimos tempos, crise dos 27/28, tão parecidas com a dela e fiquei devaneando, acho que essa crise não tem só relação com a idade, tem mais relação com o compasso da vida que levamos, mais do que com qualquer outra coisa... bom, vou continuar, mas falando por mim:
eu tive filho com 20 anos, muito cedo, para a média das minhas amigas, aliás, das minhas amigas do tempo da escola, nenhuma teve filho ainda...
quando todas estavam correndo atrás de faculdade, experiência profissional, experiência em línguas estrangeiras, namorado, vida social, em fim...
eu estava contando os dias, meses e anos para terminar a faculdade que não foi minha 1ª, nem 2ª, nem 3ª escolha, estava procurando estágio mais com cara de emprego para pagar as contas do que para aprender, me sentia culpada por não poder ficar mais com o Caio, por não mudar meu caminho profissional por medo, por querer ter vida própria e ser uma jovem de 21 anos pelo menos de vez em quando, namorar, ficar sozinha, desenhar, escrever e sonhar...
a trancos e barrancos tudo caminhou bem, hoje consigo aproveitar melhor meu tempo com o Caiuxo;
aceito que não sou a mulher-maravilha e que não dou conta de tudo 100%;
graças a faculdade, que não gostei nem um pouco de fazer, consegui um emprego onde tenho liberdade para seguir outros caminhos, outros sonhos e cada vez mais me aproximo das coisas que realmente gosto;
meu relacionamento amadureceu sem perder a graça e o friozinho na barriga;
logo logo vou ter meu espaço, com a minha cara, com a carinha do Caio, e do meu amor;
tenho duas irmãs lindas, com quem posso contar sempre, a que fica mais pertinho, a buba, é meu braço direito, minha irmã e alma gêmea, a madrinha do Caio, a única que poderia cuidar dele do jeito mais próximo ao meu, na minha ausência, ensinando a viver e a desfrutar a vida em seus pequenos detalhes e prazeres, a ser genuinamente bom, não para agradar aos outros, mas à sua consciência, a se desculpar e desculpar os outros de vez em quando, quase sempre erramos muito antes de acertar, e só assim é possível chegar aonde queremos. a buba sabe disso, fico feliz por ela estar começando a acertar seu caminho!
dos amigos, sinto o mesmo que a Ana, queria tê-los mais próximos, hoje quase tudo o que faço é com o Caio, não por falta de opção, mas por querer fazer e dividir as coisas com ele enquanto eu puder, no dia em que ele não quiser mais ou quiser menos, acho que vou sentir de verdade o peso da solidão (dramática!), mas é verdade, nesse aspecto estou em total descompasso com todas as minhas amigas, quando elas tiverem tomadas por seus filhotes o meu vai estar começando a seguir seus primeiros passos solo, em seu, só seu tom... vai precisar de espaço, e eu como sei muito bem o que é isso, vou fazer todo o esforço para respeitar.
de vez em quando tenho a alegria de ter esses amigos comigo e com o Caio, é muito bom mesmo, mas é tão pouco o que a rotina e o cotidiano de todos permitem, que quase sempre sinto um vazio com relação a isso...
ah, e tem o ballet, estou muuuito no comecinho ainda, mas já me sinto tão preenchida por ele, é maravilhoso encontrar uma forma de relaxar, trabalhar e se conectar com seu corpo de uma maneira que não agrida sua forma de ser, é um lugar onde deixo os problemas de lado, me envolvo com a música suave e com os gestos demorados, o tempo para nas mãos e pés que transpassam o ar e desafiam o impossível, se acharem melhor, nem levem em conta o que digo sobre o ballet, são palavras de uma apaixonada.
espero que tudo isso se transforme em amor...
para terminar, crise é crise, vem, parece que vai detonar com tudo, mas passa, pode ser que demore um pouco, acredito que a única forma de acelerar a sua despedida é não desistir de procurar caminhos, conexões, consigo e com os outros, quando as pessoas estiverem por demasiado inacessíveis, recorra à arte, aos livros, música etc. sempre aparece um caminho que dá certo! rsrs

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